Os desafios para o empresário são comuns e com uma sequência diária, em que várias surpresas em sua gestão podem acontecer. Em grande parte, as áreas que costumam exercer uma gestão financeira de grande demanda, são com jurídico, vendas, tecnologia e marketing.
Essas áreas têm demandado mais relevância por conta do cenário pandêmico que estamos vivendo. A necessidade das empresas de se reinventarem, estudar novas estratégias para colocar em prática e dar continuidade nos negócios nesse período tem. De acordo com essa necessidade, estamos vivendo um momento novo em nosso país que é o planejamento estratégico nas empresas para uma sucessão empresarial.
Dependência corporativa: um caso a se pensar
As organizações não estavam preparadas para a pandemia da covid-19, assim como ninguém estava. Então, planejar e evitar uma possível dependência de pessoas específicas para fazer um negócio existir, é um caso a se pensar.
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) fez uma pesquisa registrando uma porcentagem em que 72% das empresas brasileiras não possuem um plano de sucessão para cargos-chave. Para complementar, os dados do IBGE e do Sebrae afirmam que 90% das empresas brasileiras são de origem familiar, fazem parte de 65% do PIB e empregam 75% dos trabalhadores no Brasil. Uma pesquisa feita pela PwC constatou que 44% das empresas oriundas de família não possuem um plano de sucessão e 72,4% não demandaram uma sucessão permanente para cargos-chave, como diretoria, gestão, gerência e presidência.
Como funciona os trâmites contratuais?
Um contrato ou estatuto social que uma empresa estipula em sua organização, traz como objetivo o alinhamento perante as consequências e o desenvolvimento de fatos que poderão acontecer ou não em algum período de existência da organização. Lembrando que todas as regras estipuladas em contrato ou acordo devem estar em concomitância com a lei e o desejo dos sócios.
Num momento de perda de um dos membros da sociedade, os sócios que ainda são responsáveis pela organização não sabem o que fazer diante do que está previsto nas cláusulas de sucessão. Além disso, sem o registro do que pode ser feito após seu falecimento, os sócios, que ainda são responsáveis pela organização, podem não saber o que fazer diante do que está previsto nas cláusulas de sucessão. Em caso de falecimento de um dos sócios, tudo que estiver descrito nos contratos deve estar de acordo com a vontade deste sócio mesmo após o seu falecimento.
Como recorrer ao planejamento sucessório empresarial?
Sabemos que essa tarefa não é fácil, pois tratar de herdeiros em uma sociedade mexe em vários pontos, porém, é necessário estar preparado para demandas que podem vir como surpresas, o ideal é recorrer a um advogado tributarista que seja especializado em planejamento sucessório empresarial.
Esse profissional irá analisar o contrato ou estatuto social da empresa em comum acordo com todos os envolvidos ainda em vida, formalizando e garantindo através dessa decisão que as necessidades estipuladas serão atendidas. Quando a vontade de todos for a não permissão da entrada de herdeiros na sociedade, deverão estar cientes que um bloqueio pode trazer consequências importantes e de cunho financeiro para a organização.
Dessa forma, a empresa terá que se responsabilizar com a compra de cotas que foram herdadas pela família do sócio falecido, de acordo com o cálculo de mercado da sociedade. Mesmo sendo possível o pagamento do valor feito pela empresa, há risco da família do sócio falecido não ter a participação na sociedade ou receber o valor em parcelas a longo prazo.
A importância de um profissional no planejamento sucessório
Quando a presença de um especialista em planejamento sucessório empresarial está à frente de uma empresa, é possível contar com uma proteção financeira e gestão para a responsabilidade dos custos seja distribuída de maneira equilibrada em caso de perda de um dos sócios. Ainda vivemos um cenário em normas e mudanças vêm sendo aplicadas para dar mais segurança às empresas em situações como essa.
Por isso, é necessário reforçar a relevância que um planejamento sucessório é capaz de fazer diante de uma sociedade empresarial, dando segurança e robustez no negócio, principalmente quando sua origem é familiar. É um processo de longo prazo pois estuda o futuro da empresa no agora. Isso demanda tempo, dedicação, estudo das pessoas envolvidas e principalmente, os imprevistos que a vida pode apresentar.